terça-feira, 15 de dezembro de 2015

2016 em grande estilo. OBRIGADA 2015 !

Oiê!

Nem consigo acreditar que o próximo ano já está chegando. Este aqui passou tão rápido. Todos os anos passam, eu sei, mas acho que quando muita coisa boa acontece, fica mais nítida a sensação de que o ano voou. E a minha família aumentou, dentro do meu coração, brotou mais um coração e agora somos CINCO. Eu fiz 40 anos e me sinto a pessoa mais completa do universo. E se eu pudesse resumir 2015 em uma palavra, ela seria GRATIDÃO. Tudo, tudo, absolutamente tudo deu certo! Meu avô sempre nos dizia que para tudo nesta vida, devemos agradecer, mesmo as pequenas coisas. E este ano foi repleto de pequenas, grandes e enormes coisas!

E meu desejo ao bom velhinho, aquele gordinho de barba branca, que se veste de vermelho é um tanto quanto simples, para 2016...

Que você tenha muitas boas histórias para contar e dar risada, que tenha todos os finais de semana preenchidos com churrasco de amigos, da firrrrrrma, da família, festas e celebrações de 1 aninho, 15, 18, 40, 60 e 90 anos, casamento, batizado, festa à fantasia, do pijama e do amiguinho do seu filho. Que possa ir à praia, piscina, clube, parque, com sol, chuva, vento, com ou sem arco íris. Ou que tenha finais de semana completamente livres, ficando de papo para o ar, dormindo muito, descansando de uma semana pesada de trabalho. Que você receba aquele elogio mega merecido do chefe, ou aquela super promoção esperada, que mude de emprego para beeeeem pertinho da sua casa e que trabalhe com pessoas do bem. Que você faça mais e mais amigos, que mantenha os mesmos, que renove as amizades com àqueles que não via há um tempão, por consequências da vida. Que seu caçulinha diga “mamã”, engatinhe, faça tchauzinho, chupe canudinho antes do que imaginava, que seus filhos estejam sorrindo sempre, porque são muito felizes, que brinquem muito, que contem muitas histórias, que falem muitas “pérolas, porque é disso que é feita a vida, que saibam te valorizar como pai e mãe para sempre, que seu filhote gândi supere seus próprios obstáculos, cantando e pulando em cima do palco da escola, com uma plateia gigante, coisa que jamais faria, que seu filhote do meinho te mostre todos os dias, como a vida pode ser mais leve, apenas com um sorriso e um abraço inesperado. Que você possa viajar mundo afora, conhecendo lugares diferentes, comendo comidas que nunca imaginou que existissem. Que você receba a ligação de uma amiga dizendo que ela conseguiu um emprego nesta época de crise, ou a mensagem do amigo que ele escapou da demissão em massa da empresa dele. Que você participe de vários grupos de whatsapp, mas que saiba silenciar todos eles! Que a saúde esteja presente na sua família. SEMPRE. Que seu time seja campeão brasileiro de novo ou que você saiba lidar com as brincadeiras porque seu time não é campeão de nada faz tempo. Que o tempo continue passando e a sua paixão e admiração por seu marido continue aumentando. Que você receba mensagens no facebook da sua avó, de 92 anos, perguntando como vão os bisnetos dela, que a sua sobrinha e afilhada comece a se comunicar com você pelo whatsapp, lendo e escrevendo tudinho, que seu sobrinho te passe a perna no programa de meninas só pra também estar pertinho de você, que seu afilhado comece a dar seus primeiros passinhos. Mas que acima de tudo e de qualquer coisa, sua vida seja leve, seja feliz e que você possa AGRADECER por esta vida tão gostosa!


Um beijo, um queijo e tudo isso aí em cima pra você!
E seguindo a linha... OBRIGADA por estarmos juntos em 2016!





terça-feira, 17 de novembro de 2015

O casamento renasce a cada filho que nasce!


                Ah, o casamento... Delícia lembrar de todos os preparativos, as decisões e tudo o que a gente sente quando está planejando o casamento, não é? Eu, pelo menos sinto isso. Tenho amigas que não gostam nem de lembrar de todas as discussões pré-casório com o namorado. Eu acho que no meu caso, não deu tempo para brigar.
                Como se fosse ontem, eu me recordo da minha última entrevista do emprego novo, a minha futura chefe pedindo para que eu iniciasse no dia 1º de Agosto... e eu, dando uma boa choradinha, pedindo um mês a mais, pois eu tinha programado a viagem de férias dos sonhos... Ela responde que tudo bem, afinal, quem esperou vários meses, não fazia diferença um mês a mais.
                E ai, lá fomos nós para a Europa. Romantismo no ar... No último dia de férias, o então namorado há 4 anos, que já morava comigo há uns 2 anos e meio, mas não sabia se queria casar comigo, se declara e diz que sou sim a mulher da vida dele. Ufa! Mal sabia ele que ao final da viagem, se ele ainda não soubesse, a “união estável”, deixaria de existir, afinal, alguém tinha que tomar uma decisão... Ainda bem que foi ele quem decidiu! Kkkkk

                Voltamos para o Brasil, tive só dois dias para arrumar algumas coisas antes do emprego novo. Achei estranho, a menstruação atrasar já que eu era muito regular. Na verdade, no início do ano, depois de inúmeras tentativas de emagrecimento, minha antiga gineco recomendou parar a pílula. Como eu tomava pílula sem menstruar há uns 10 anos, ela disse que eu demoraria para voltar a ovular, no mínimo um ano. E eu acreditei!
                E no dia 1º de Setembro, no meu primeiro dia no emprego novo, eu descobri a minha gravidez e junto com ela, um misto de felicidade extrema, com susto, com medo, com ansiedade, frio na barriga pensando que eu assumi um compromisso com a empresa nova versus realizar o sonho da minha vida, tudo junto e muito misturado. Duas semanas depois, decidimos casar no papel, assim, preto no branco e colocar a tal aliança no dedo. Tivemos exatos 2 meses para preparar tudo para o casório e acho que como este tempo foi muito curto, não dava tempo pra brigar. Local, decoração, buffet, banda, música, padrinhos, convidados, vestido, convites, havaianas, docinhos, lembrancinhas, bem casado, bebidas, discurso e todos os detalhes foram muito fáceis e é uma delícia lembrar de tudo.

                A gente podia casar todo ano, né? A noite é mágica, está todo mundo feliz, a diversão é garantida, só tem gente bonita, comida boa e um certo romantismo paira no ar. Sim, mas o casamento está loooooonge, muito longe de ser lindo todos os dias como é a grande noite daquele momento que dissemos “sim”. Ainda mais depois dos filhos.
                Nós já morávamos juntos há quase 3 anos antes de casar. Já tínhamos uma vida de casados. Mas é impressionante como aquele papelzinho chamado “certidão de casamento” muda a vida do homem. Digo do homem, porque acho que para nós, mulheres, já temos a nossa vida de casada, quando dividimos o mesmo teto “quase maritalmente”. Eu sempre aconselho as minhas amigas a fazerem o test drive antes do casamento, é legal, dá para aparar umas arestas, dos dois lados. Aliás, acho que a melhor coisa que fizemos após o casamento, foi ter mudado de casa. Porque aí, nós dois criamos a nossa casa, do nosso jeito, com a nossa cara, nossas regras, nossas manias. Eu digo isso porque eu morava sozinha antes de morar com o maridão, já há uns 7 anos, ele que foi morar no meu apartamento. Então, naquela casa, já existiam as minhas manias, as minhas regras, os meus móveis, o meu lay out, o meu dia de fazer as compras, o que comprar pra comer, quando comprar e por que comprar, a minha TV a cabo, os meus programas da TV, a minha senha do wi-fi, os meus amigos que visitavam, as minhas festas, o meu lado na cama, o lugar de pôr as escovas de dente e por ai, vai. Não deve ter sido fácil para ele “se adaptar” às minhas manias e nada como um novo lar doce lar para um bom início de um casamento.
                E aí, 6 meses depois do wedding day, nasce o primeiro filho. Lucas nasceu saudável, lindo, gostoso, fofo e junto com o primeiro filho, nasceu um novo casamento. Sim, após o nascimento dos filhos, o casamento precisou ser reestabelecido. Tudo aquilo que a gente lê nos livros e revistas, acontece: a mulher vive para o filho de noite, dia, madrugada adentro e esquece do marido. Além de tudo ser uma novidade e a gente estar aprendendo a ser mãe, estarmos inseguras com muita coisa, a tal da prolactina, hormônio que fabrica o leite materno, inibe a libido. O assunto que eu tinha quando o marido chegava em casa era relacionado totalmente ao Lucas: se ele sorriu, ele não fez cocô, que ele regurgitou na roupa 3 vezes e eu tive que trocar, que ele teve cólicas, que eu não tinha conseguido dormir, que ele fez cocô e sujou três roupas, alternadamente com as vezes que ele pôs o leite pra fora, que cortar a unha é difícil, que a moça que trabalha em casa não fez alguma coisa certa, que eu estava cansada e se por acaso o marido quisesse contar alguma coisa do trabalho, eu não dava chance, porque o Lucas era mais importante que qualquer outro assunto.

                E quando as coisas começam a entrar nos eixos e começamos a nos ver como marido e mulher, além de pai e mãe daquela coisa fofa, significa que repaginamos nosso casamento, que sim, falamos sim novamente um para o outro, porque sim, nós mudamos como casal, como marido e mulher. Acho que isto acontece logo depois que as mulheres voltam a trabalhar. Por mais duro que seja este início de ficarmos longe das crias, é importante termos uma vida além do filho. E ter assunto para contar, para discutir, para pedir conselho e para literalmente, viver.
                E aí, no meu caso, o que aconteceu quando nós conseguimos repaginar nosso casamento? Eu engravidei do Vitor! Uau, Lucas ainda com 8 meses e eu, grávida. Na minha primeira gestação, os hormônios foram ferozes. Nem eu me aguentava, eu chorava sozinha, eu gritava de raiva, eu virei outra mulher. Sim, coitado do marido. Mas coitada de mim também, por que será que tem que ser tão difícil este negócio hormonal na gente? Loucura! E eu tive sorte na segunda gestação, pois os hormônios foram mais brandos. Por outro lado, não posso dizer o mesmo quanto ao cansaço. Aquelas cochiladas deliciosas que as gestantes dão na primeira gestação, são impossíveis quando se já tem o primeiro filho, ainda mais quando este primeiro filho é um bebê que te olha querendo você, o seu colo, o seu cheiro, o seu chamego. O que dizer? “Mamãe está grávida e precisa dormir?” Impossível! E Lucas não dormia a noite toda, acordava de 4 em 4 horas AINDA. E grávida não dorme, ou seja, eu era uma zumbi ambulante. 
                E Vitor nasceu. Um moleque cabeludo saudável, fofo, lindo e gostoso. Bebê tranquilo, mas que também não dormia a noite. E junto com o Vitor e Lucas com 1 ano e meio, nasceu um novo casamento. Um casamento agora que tinha 2 filhos. E uma esposa, mãe, que não sabia o que era dormir há muuuuuito tempo. E um marido que não sabia o que era esposa, praticamente desde que casou. E nós tivemos que repaginar nosso casamento. De novo. Esta encadernação foi mais difícil, eu diria. Eu estava muito cansada, os hormônios que não causaram muito na gravidez, causaram muito no pós-parto. Não tive depressão pós-parto, mas eu queria dormir. Queria dormir muito. Era a única coisa que eu queria. Mas eu não conseguia, porque se não fosse o Vitor, recém-nascido me querendo, era o Lucas, com 1 ano e meio, que não entendia nada e eu não podia cobrar dele. Então, eu cobrava de quem? Sim, do marido. Eu me sentia uma mãe péssima porque não me sentia com energia para ser perfeita e tinha raiva quando o marido me dizia que eu era uma ótima mãe e que eu me cobrava demais. Meus assuntos com o marido eram novidades do Lucas e se o Vitor fez cocô, se ele teve cólicas e tooooda aquela ladainha de recém nascido.

                Mas as coisas finalmente se assentaram. Os hormônios voltaram ao normal. Não digo que a vida voltou ao normal, porque a verdade é que nós não sabíamos o que era uma “vida normal”. Mas aprendemos a viver nosso então, novo casamento. Éramos 4, marido e mulher finalmente felizes como marido e mulher e também, pais do Lucas e do Vitor. Vitor já com quase 2 anos, Lucas com 3 anos e meio, a vida fica mais fácil quando a criança faz 2 anos, ela fica mais independente e mesmo com a lenda urbana do “terrible two”, a vida ficou mais leve.
                 E aí, como num passe de mágica, descobrimos que o Tiagucho estava a caminho. Surpresa, susto, felicidade, medo e muito, muito amor. Os hormônios foram beeeeeeem amigos. Não fosse pelos enjoos frequentes e toda loucura que eu vivi na terceira gestação com direito a retirada da vesícula com 20 semanas, uma diabetes gestacional e todos os meus kilos a mais, eu não diria que fiquei tãããão cansada. Acho que os meninos já eram maiores e isso foi mais tranquilo.  Quando dizem que o terceirinho vem para acalmar a nossa vida, por mais loucura que pode parecer, é a mais pura verdade.
                Tiago nasceu saudável, lindo, gostoso, fofo e carequinha. Os irmãos se apaixonaram à primeira vista e nada me deixou mais feliz. Mas sim, nasceu um novo casamento DE NOVO. A prolactina em ação, a libido, deixada de lado. Libido, o que seria libido? Eu, preocupada com o bebê e com a atenção aos mais velhos, incluindo o marido, que não podiam se sentir enciumados. E eu juro que consegui esta proeza. Mas sim, nós dois, reaprendemos a ser marido e mulher. DE NOVO!  Mas aprendemos mais uma novidade: sermos pais de três!

                E desta vez foi mais rápido. Este aprendizado a ser e voltar a ser e a sermos de novo, marido e mulher, já está praticamente no nosso sangue! Só não digo que poderíamos até ter outro filho que não precisaria reaprendizado, porque o próximo filho será um cachorro!
                Eu estaria mentindo muito se eu dissesse que foi fácil. Não, looooonge de ser fácil. Muitas vezes tivemos raiva um do outro, magoamos, ficamos dias sem cruzar uma palavra, mas sabíamos que era passageiro. O mais legal de tudo isso? Nunca, mas nunca sequer passou pela nossa cabeça, a gente se separar. E por quê? Porque tem amor. E quando tem amor, tudo fica mais fácil. Mas não tem receita. Acho que todo mundo que tem filho, entende o que eu digo, que o casamento renasce a cada filho que nasce. Acho também que é por isso que tem muita gente que se separa quando nasce um filho ou são muito pequenos, creio que porque não havia amor suficiente ou porque não souberam lidar, ou porque não tinham um marido como o meu! J
                E nós completamos no dia 13 de Novembro, 5 anos de casados. Sim, 5 anos que assinamos o papel. 5 anos, 3 filhos, muitas boas histórias, muitas risadas, muitas emoções, mas muito amor.



terça-feira, 21 de julho de 2015

Eu assumo. Como mãe, eu NÃO sei...

Sim, eu não sei MUITA coisa e me frustro loucamente com alguns pequenos grandes detalhes que fariam toda a diferença na minha vida, (acho). Embora já mãe de três e já passando por várias situações iguais até esta fase que o Luqueto, o mais velho, já chegou, eu não consigo mudar algumas coisas...
Eu não sei fazer filho que dorme a noite toda, diretão, assim sem acordar. Tenho, aliás, o maior “bode” daquelas mães que têm bebês de uns dois, três meses, ou até mais, que me perguntam: “Seu filho já dorme a noite inteira?” E eu... “O quê? Como assim? O meu, mama de x em x horas, inclusive madrugada adentro, o seu já dorme a noite toda?” E elas: “Ah, desde o primeiro mês.” Não sei se eu mato ou me mato quando escuto isso. Lucas foi dormir direto quando já tinha mais de 1 ano e meio, Vitoco até já tinha nascido, e os dois acordavam a noite toda. Era o caos aqui em casa. Era? Depois que o Tiago nasceu, Lucas e Vitor perceberam que as madrugadas não seriam mais deles e voltaram a acordar, ou porque fizeram xixi na cama, ou porque querem mamar, ou só pra saber se está tudo bem... Tiago segue firme e forte no alto dos seus 5 meses, acordando de 3 em 3 horas. O pediatra diz que se eu deixa-lo chorando por umas duas noites, nem que seja bem pouquinho, o resultado vem em seguida. Mas...
Eu não sei deixar filho meu chorar. Não adianta, não sei. Para mim, está muito claro que choro é a manifestação de que algo não está bom, eles não sabem falar, então por que provoca-los? Pra que insistir em algo que eles não estão gostando? 

Recebi muuuuita crítica por isto no primeiro filho, que por sinal, chorava pra tudo e não ia para o colo de NINGUÉM. Qualquer pessoa que não fosse eu ou o pai, ele abria o berreiro. Alguns nos diziam que “criança chora e vai se acostumar”, eu fingia que não ouvia, catava meu filho de volta e “vem cá, meu amoreco, para o colinho da mamãe.” Aliás, o que me irritava era gente fugindo de mim com meu filho chorando, como se aquele choro não estivesse arrasando meus tímpanos e eu não estivesse ouvindo! Eu quase enlouqueci com o Luqueto, porque ele só queria colo e o meu colo, e eu quase enlouqueci com as críticas. Vitoco foi mais fácil e Tiago, mais ainda. Mas, não, eu não vou deixar NINGUÉM pegar e ficar tentando fazer meu filho parar de chorar se EU estiver por perto. E por isso que...
Eu também não sei deixar filho meu dormir longe de mim. Não dá, não consigo. Toda vez que a gente está fora de casa e algum filho adormece, as pessoas me perguntam na maior boa intenção se eu quero coloca-lo no cama lá em cima, ou no bercinho de alguma criança ou sei lá onde, para ele dormir melhor... eu digo que não, elas não entendem o porquê. Eu simplesmente não consigo imaginar deixar meu filho acordar num lugar completamente desconhecido, com um ambiente que ele nunca viu, não ver ninguém e é claro, abrir o berreiro. Para algumas pessoas, é normal: ele vai acordar, chorar e é só ir busca-lo. Meu pai outro dia, quando eu disse que não queria, pois Tiago iria chorar, ele respondeu: “ué, sinal que ele acordou!” kkkkkkk Para mim, estes minutos entre o despertar dele num lugar desconhecido e o choro em seguida, é um pecado com a criança. O que ele vai pensar nestes (minutos) segundos? Sim, eu penso assim e nada vai me fazer mudar. Filho meu dorme pertinho da mamãe... monto o carrinho e ele fica lá comigo, bem pertinho!

Eu não sei controlar meus filhos nas refeições para que sentem todos juntos conosco e comam. Não tenho esta paciência. Quando eles comem na frente da TV, no sofá, comem tudo o que está no prato e comem muito. Quando invento de botar a mesa e todos nós comermos juntos, eles escolhem a comida e não comem nada. Também não sei sair para almoçar na casa de algum parente ou amigo sem antes dar almoço em casa para as crianças e garantir que eles tenham já comido, porque a euforia é tanta que acabam não comendo. Faço o mesmo em festinhas de aniversário em buffet infantil, eles saem já almoçado e na festa, minha preocupação é que não se machuquem. A não ser na casa da minha mãe, que se preocupa com cada detalhe dos netos e se preocupa muito mais com eles do que conosco (ainda bem!) e põe a mesa só para as crianças antes de nós adultos, comermos, com o prato que cada um gosta (parece que já vi este filme com a minha avó fazendo isso pra gente) e é impressionante como eles sentam para comer e apreciam cada coisinha e aí, somem para brincar!


Eu não sei fazer as coisas sem planejar. Tenho uma rotina desde o primeiro filho. E fui acomodando as necessidades de cada filho dentro desta rotina. Criança dorme cedo, primeiro porque são crianças e segundo porque eles têm um dia a dia atribulado de escola o dia seguinte, e a gente de sair cedo para trabalhar, que precisamos todos acordar cedo. Eles têm horário para almoçar e jantar, eles tomam banho, escovam os dentes, e fazem todas as coisas dentro de um grande planejamento. Sim, eu planejo tudo, desde o que iremos levar nos lugares, na mochila de mão e em cada mochila, como cada coisa tem que ficar pronta um dia antes. Cada mochila tem todos os acessórios que serão utilizados e em cada compartimento. E se não está como planejei, eu saio dos trilhos: não sei lidar com algo fora do plano. Se o Tifôfo dorme até às 15h e acordou às 14h45, eu me perco no plano! hahahaha E já estou ajudando os pequenos a entenderem o que é planejar, o que é antes, o que é depois, o que é dia sem escola, com um calendário. A gente vai desenhando e acompanhando cada dia, o que faremos e riscando o que já passou. Ajuda muito!

Eu não sei voltar ao trabalho após a licença maternidade, sem dor. Como é difícil voltar! Acho até que Tiagucho não vai sentir tanto, é pequeno e se dá super bem com as meninas, mas Lucas e Vitor, por terem passeado de montão todo este tempo comigo e olha que curtimos muito, devem sentir um pouco o meu retorno. E só faltam 5 dias... snif!
É, eu não sei mais um montão de coisa! Mas como mãe de três, eu soube fazer o Tifolino acostumar super bem com mamadeira, já está comendo fruta, papinha e curtindo de montão!


Vamos aguardar os próximos capítulos!




sexta-feira, 19 de junho de 2015

A tradição japonesa dos 100 dias de vida!


Desde que eu me conheço por gente, minha mãe sempre comemorou os primeiros 100 dias das crianças. Claro que os meus primeiros, eu nunca me lembraria, mas eu me lembro, vagamente, dos 100 dias do Kim, meu irmãozinho, que hoje tem 33 anos e com uma diferença de 6,5 anos comigo. (Tá bom, tenho quase 40 anos, humpf!)
E também comoramos os 100 dias, da Bioca, minha sobrinha e afilhada, hoje com 7 anos. E do Rafa, que em Setembro, completa 4 anos.
Mas aí vem a dúvida... o que se comemora nos 100 dias? Por que se comemora? Bom, é uma tradição japonesa que nós, da família Pezutto tentamos perpetuar.
Bom, paaaaara tudo agora... Família Pezutto? Este sobrenome não é tipicamente italiano? Tradição japonesa? Não tô entendendo nada... Vamos começar do começo... Embora eu me chame Yuri e Yuri, seja um nome unissex, muita gente acha que é pela moda dos Yuri’s Gagarin’s, do carinha que viajou pelo espaço pela primeira vez. Nãããããõ! O Yuri russo, é masculino e o Yuri JAPONÊS, sim, ja-po-nês, é FEMININO. E significa lírio, a flor. E sim, eu sou mestiça de japonês com italiano, com muito orgulho! Meus avós maternos nasceram em Hiroshima e Yamagata, lá no japão, minha mãe é nissei (nascida aqui) e meus avós paternos, filhos de italianos, da Sicília (por isso, que tenho meu lado briguento!). E por ter esta misturinha oriental, minha mãe sempre nos trouxe um pouco da filosofia japonesa...
E por isso, nós aprendemos a comemorar os primeiros 100 dias de vida e tudo foi passado pelos antepassados da minha mãe, principalmente pela minha bisavó, a “Banthian Velhinha”.
Como que a gente comemora? No passado, não existiam os estudos que leite é o alimento mais importante da criança nos primeiros 6 meses, exclusivamente, então, para simbolizar a introdução de alimentos sólidos na criança, é dado um grão de Gohan (arroz japonês, sem tempero algum, bem molinho, que pronuncia-se Gôrrán, com som anasalado). Se ele engolir, significa que será um “bom garfo”, ou um “gohanzeiro”, como minha Avó, a Banthian, sempre brincou.


Quando Luqueto completou os 100 dias, minha mãe me lembrou da comemoração e lá fomos nós... o Tio Kim, o maior “gohanzeiro” da história, foi lá conferir...


Vovó Mickey (minha mãe é assim, carinhosamente chamada pelos meus filhos, já que o nome dela, Mitie, fica mais legal, se falado Mickey!) deu o primeiro grãozinho para Luqueto.

Pôs pra fora, o que é normal, pois nunca tinha colocado nada sólido na boca pra engolir. Fomos lá e colocamos de volta na boca dele e pluft! Engoliu!

E ai, foi mais um.... E mais um! Olhem só a cara da Vovó Mickey, toda emocionada com o netico que comeu 3 grãozinhos de gohán! Só não demos mais, para não exagerar!!!

E quando contei pra minha avó, ela adorou saber que o Luqueto comeu 3 graõs !!!
E ai, chegou a vez do Vitoquinho, os tão aguardados 100 dias chegaram e vamos lá! Primeiro grão a postos, e....


Engoliu! Ai, saboreou mais um grãozinho e...

Engoliu! E ai, começou a ficar divertido pra ele, era como se fosse uma brincadeira…

Engoliu mais um!
Três grãos, igual ao Luqueto!



            E sim, mais um gohanzeiro na família!!!
Se for tradição ou não, os dois comem super bem! Tem vezes que eles querem comer só Gohan com furikake, um temperinho delícia, que vale a pena experimentar:
                       


Vende na liberdade, ou em qualquer loja com produtos orientais, tem pacotinhos pequenininhos, individuais, da Hello Kitty, ou outros engraçadinhos...
Bom, até que… chegou mais um na família dos gohanzeiros pra comemorar os 100 dias!!! Tifôfo ficou bem desconfiado daquele hashi (os palitinhos pra se comer) entrando na boquinha dele... A princípio não estava muito amigo do tal Gohan, não...
   

Colocava o Gohan na boquinha dele, e ele punha pra fora, como se dissesse: O que você está colocando na minha boca? Cadê o meu mamá, mamãe?


Até que depois de alguma insistência... (Claro, né, família de gohanzeiro tem que mostrar o que é bom pra se comer...), o meu baixote comeu 2 grãos e começou a se divertir com a brincadeira...

E para manter a tradição dos mesticinhos da família, ele comeu o último grão e ao todo, três, como os irmãos mais velhos. E se assim for, será mais um gohanzeiro!


E por curiosidade, eu fui buscar na internet um pouco mais dos 100 dias celebrados no Japão... E eu descobri muitas coisas:

Okuizome (お食い初め), significa literalmente “a primeira refeição de um bebê”, ou seja, será a primeira vez que um bebê será apresentado a uma diversidade de alimentos. Acredita-se que esse costume surgiu no Período Heian (794-1185) e perdura até os dias de hoje. É um ritual que ocorre há mais de mil anos, praticado por todo o Japão, porém com algumas variações regionais. Para os japoneses a primeira data mais importante é o 100° dia de aniversário, enquanto que para nós é o aniversário de 1 ano. No passado era comum a morte de bebês durante as primeiras semanas de vida devido à doenças. Portanto quando um bebê chegava aos 100 dias de vida, era um grande motivo para se comemorar.
O ritual é simplesmente simbólico, pois com 100 dias de vida, o bebê ainda não tem a dentição que possibilite comer os alimentos. O objetivo nada mais é do que desejar saúde e um crescimento saudável à criança, além de sorte, felicidade e abundância para que ela nunca passe fome durante o resto de sua vida. A cerimônia, geralmente é feita em casa. O bebê se veste com uma espécie de mini quimono e a família prepara uma grande refeição. Uma pequena mesa será posta para o bebê e geralmente é usado conjuntos de jantar próprios para o Okuizome.
A refeição é composta por arroz, peixe, legumes, e às vezes outros alimentos que podem ter significados simbólicos. O prato principal é o tai (), um peixe conhecido no Brasil como Pargo. Outros alimentos presentes na primeira refeição de um bebê japonês é umeboshi (梅干し, ameixa em conserva), sekihan (, arroz vermelho pegajoso normalmente consumido durante várias cerimônias), sumashijiro (すまし汁, uma espécie de sopa) e o nimono (煮物, um prato de legumes cozidos).”

Quem quiser mais informações sobre esta ou outras práticas da tradição, pode ler mais em: http://www.japaoemfoco.com/okuizome-a-primeira-refeicao-de-um-bebe-japones/#ixzz3dMAoVyNl , que foi onde busquei estas informações.




Vivendo e aprendendo, né?
Certeza que mesmo não sendo 100% da forma como é feito no Japão, meu avô está feliz da gente continuar com os costumes da família !!!